O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu os temporais que atingem Santa Catarina e a estiagem enfrentada pelo Amazonas em reunião com ministros, na manhã desta quinta-feira (12), por videoconferência no Palácio da Alvorada. Fontes palacianas informaram ao R7 que Lula também conversou sobre a repatriação dos brasileiros que estão na zona de conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, no Oriente Médio.
“Determinei aos ministros que todas as equipes estejam mobilizadas e à disposição dos governos estaduais e das prefeituras. O governo federal está atento, presente e atuando para atender a população e remediar os danos causados pelos extremos climáticos”, escreveu o presidente, em uma rede social, em relação ao Amazonas e a Santa Catarina.
Participaram do encontro com Lula os ministros José Múcio (Defesa), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), além do assessor-chefe especial do presidente, Celso Amorim, e do chefe do gabinete pessoal de Lula, Marco Aurélio Ribeiro, conhecido como Marcola.
O presidente se reúne com o mesmo grupo desde segunda-feira (9). O ministro Múcio não participou da reunião desta quarta (11), e Rui Costa, titular da Casa Civil, se juntou aos demais participantes na terça e na quarta.
Lula se recupera de duas cirurgias no Alvorada, residência oficial da Presidência. O encontro de segunda (9) foi a primeira reunião dele desde os procedimentos no quadril direito e nas pálpebras, aos quais foi submetido em 29 de setembro.
Israel X Hamas
A segunda aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) que resgatou os brasileiros da zona de confronto entre Israel e o grupo terrorista Hamas pousou na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira (12).
Além dos 214 passageiros, um cachorro e três gatos estavam a bordo. Até o momento, 425 brasileiros já foram repatriados por meio de ação conjunta entre o Itamaraty e o Ministério da Defesa.
O terceiro voo, com 69 brasileiros, decolou de Tel Aviv, em Israel, às 11h55 (horário de Brasília) desta quinta. Serão realizadas duas paradas técnicas, em Lisboa e Cabo Verde. O destino final é Guarulhos (SP), nesta sexta-feira (13).
O quarto avião da FAB pousou em Roma, na Itália, por volta das 3h50 (horário de Brasília) desta quinta (12). De lá, a aeronave seguirá para Israel, depois de receber informações das autoridades locais e brasileiras.
Santa Catarina
Até terça (10), Santa Catarina tinha 135 municípios com ocorrências em virtude das chuvas fortes que atingem o estado; na segunda, eram 132. A informação é da Defesa Civil. Mais de 12.200 pessoas estão desabrigadas.
O balanço mostra, também, que 82 cidades decretaram situação de emergência no estado em razão do mau tempo. Duas mortes foram confirmadas em decorrência das cheias dos rios: uma na cidade de Rio do Oeste, e a outra, em Palmeira.
Amazonas
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, acredita que a seca na Amazônia deve durar pelo menos até dezembro, quando o fenômeno El Niño atingirá intensidade máxima. O alerta foi emitido no início deste mês.
Desde maio, parte dos estados do Amazonas e do Pará vem registrando chuvas abaixo da média. De acordo com o Cemaden, a situação pode ser uma consequência do inverno mais quente provocado por El Niño. O déficit de chuvas registrado entre os meses de julho e setembro no interior do Amazonas e no norte do Pará foi o mais severo desde 1980, relata o órgão.
“Em grande parte do Amazonas, Acre e Roraima, observa-se uma anomalia de chuvas de -100 mm a -150 mm. Devido ao déficit acumulado de precipitação, a umidade do solo alcançou níveis críticos ao longo do mês de setembro”, informou o Cemaden.
Movimentos climáticos
O fenômeno El Niño eleva as temperaturas do oceano Pacífico, e o aquecimento anormal das águas altera as correntes de ventos e as precipitações em diversas partes do planeta. Como se trata de um oceano muito extenso, a elevação das temperaturas superficiais das águas tem um impacto no regime de chuvas.
No Sul do Brasil, por exemplo, o fenômeno contribuiu para a passagem de um ciclone, que deixou 49 mortos e milhares de desabrigados. No Norte, o efeito é inverso, com seca extrema.