POBRES ARROGANTES E INCOMPETENTES

EDMILSON LUCENA

Acima da capacidade intelectual e profissional, está a capacidade de reconhecer que nenhuma verdade é absoluta. Ter a humildade em admitir o próprio erro, mesmo que isto represente situação adversa, é digno e nos aproxima das outras pessoas.  O segredo do sucesso, começa por ser querido por todos.  A chance de obter sucesso é inversamente proporcional ao número de inimigos que você cria. Ter confiança em si próprio, sim. Ser arrogante, JAMAIS.  Não confunda arrogância com coragem, ousadia liderança ou segurança.

Os arrogantes colecionam fracassos, mas todos sempre são justificados e cada justificativa incabível, gera outro fracasso e o ciclo nunca é interrompido.

Esta, infelizmente, é a realidade que vivemos na Paraíba no núcleo dos três poderes. Os nossos políticos, do prefeito ao governador; do vereador ao Senador da República, estão rodeados de assessores e auxiliares diretos que são, na verdade, um poço de arrogância. Não estou aqui livrando a cara de ninguém, porque o fato acontece de forma generalizada.

Esses idiotas, por definição, acham suas próprias idéias e opiniões muito mais importantes do que as de outras pessoas. Esperam dos outros nada mais do que obediência submissa e passiva. Freqüentemente, desrespeitam as pessoas e não suportam idéias contrárias às suas, tratando-as de forma negativa e tachando-as de insolência, insubordinação, incompetência. Como só toleram quem se submete de forma servil, vivem rodeados de puxa-sacos. Afinal de contas, acham que são o centro do universo.

No começo da carreira eles manipulam o sistema para subir a qualquer custo. Muitas vezes têm sucesso, pois sua insegurança, transformada em arrogância, serve de combustível permanente para sua compulsão. A única coisa que os alimenta a alma doentia é “subir”, serem reconhecidos, aplaudidos, venerados.

Serem respeitados é a única forma de apaziguar a neurose e a dor que sentem na alma pela própria insegurança. Então, se transformam em workaholics, achando-se especialistas não só no próprio trabalho, mas também em politicagens e intrigas. Por fim, se são superiores (pelo menos na sua própria concepção), acham justo utilizar qualquer arma – mesmo que seja a trapaça – para subir ou para alcançar o sucesso.

O problema é que esse sucesso estimula a arrogância latente, e essa leva ao fracasso. Alguém que se considera perfeito não fará nenhum esforço para melhorar ou aprender. Afinal, como melhorar algo que é perfeito? O arrogante invariavelmente se acomoda e acaba derrubado pela sua própria complacência e estagnação. Conheço vários que sequer pisavam o chão e, hoje, longe do planalto, não estão sequer na planície, mas no lamaçal destinado aos vermes.

A arrogância também serve de véu, o qual cobre as imperfeições de si mesmo. Esses caras não ouvem conselhos nem aprendem com a experiência dos outros. Por ter eliminado do seu círculo de contato todas as pessoas que pensam diferente, o sujeito com essa característica também não tem ninguém para aconselhá-lo, dizer a verdade ou chamar sua atenção. Mesmo que tivesse, será que prestaria atenção? Provavelmente não. Mais um motivo pelo qual a arrogância leva ao fracasso.

A boa liderança conquista através do exemplo. O arrogante se impõe através da força bruta. Por isso, tem o grande problema de criar inimigos. Mesmo pessoas do seu círculo mais próximo torcem intimamente para que ele caia. Quando começa a cair, coisa que pode demorar, mas constantemente ocorre, o arrogante não pede ajuda, porque é arrogante. E quando pede, não encontra, porque todos estão torcendo pela sua queda.

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