Quatro pacientes de Manaus que estavam internados no Hospital Universitário da UFPB em João Pessoa recebem alta


Apenas um quarto de século vivido e muito medo de morrer. Era assim que Nestor Alves Nogueira Júnior, 25, se sentia antes de ser transferido do Amazonas para a Paraíba, no domingo passado, para continuar o tratamento da covid-19. “Agora estou me sentindo aliviado”, disse, logo após ter alta médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh), da Universidade Federal da Paraíba e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Além de Nestor, mais três pacientes de Manaus com covid-19 tiveram alta nesta sexta-feira à tarde (22). “Desde que eu fui infectado pelo coronavírus, este momento é o que eu estou mais aliviado”, comentou Nestor Júnior, que chegou ao HULW no dia 17 com um quadro clínico que deixou a equipe médica preocupada. O cenário, no entanto, evoluiu de forma favorável para o amazonense. “Fui bem acolhido aqui pela equipe toda. Graças a Deus, e também à colaboração de cada um do hospital, nossa recuperação foi rápida. Onde a gente estava não tinha a mínima condição de fazer o tratamento que precisava”.

Para celebrar a recuperação dos pacientes, o hospital reuniu colaboradores no corredor de saída da enfermaria da Ala Covid-19. Segurando balões verdes nas mãos, os profissionais da saúde aplaudiram os pacientes curados. O momento foi marcado por muita emoção e não apenas dos pacientes, mas também dos profissionais do hospital. “Hoje é um dia de muita alegria para todos os que trabalham no Hospital Universitário Lauro Wanderley. É uma satisfação imensa para nós podermos mostrar à sociedade que estamos vencendo a covid e com a chegada da vacina temos certeza de que tempos melhores virão”, afirmou o superintendente do HULW-UFPB, Marcelo Tissiani.

Após ter alta, o profissional autônomo Francklin Aroucas Reis agradeceu às autoridades envolvidas na ação humanitária para salvar pacientes de Manaus e também aos profissionais de saúde. “Eles acompanharam a gente 24 horas, cuidando da nossa alimentação, medicação, exames… Nossa! Só tenho a agradecer! Estamos aqui firmes e fortes, recebendo todo esse carinho e atenção”.

A volta dos pacientes ao Estado do Amazonas está sendo organizada pelo Ministério da Saúde, que encaminhou uma assistente social de Manaus para João Pessoa com o objetivo de tratar dessa demanda. Ainda não há previsão para a viagem de retorno dos amazonenses, mas já se sabe que ocorrerá em um voo comercial, visto que eles já foram tratados e estão curados da covid-19. “Eles já passaram da curva de transmissibilidade e não há mais necessidade de uma operação especial para levá-los a Manaus”, explicou Marcelo Tissiani.

Até que seja marcada a data de retorno ao Amazonas, os pacientes que tiverem alta médica ficarão abrigados na Casa de Acolhida São João Paulo II, situada nas dependências do Hospital Padre Zé, no bairro de Tambiá. O acolhimento aos pacientes de Manaus recuperados da contaminação pelo SARS-CoV2 é uma iniciativa da Ação Social Arquidiocesana da Paraíba, entidade de caráter filantrópico sem fins lucrativos ligada à Igreja Católica. A medida também tem o apoio do governo do Estado da Paraíba.

AÇÃO DA EBSERH/MEC

Desde o fim de semana passado, hospitais universitários federais da Rede Ebserh, estatal vinculada ao Ministério da Educação, têm recebido pacientes de Manaus e mais de 100 pessoas já foram acolhidas. Com a coordenação do Ministério da Saúde (MS), uma rede de apoio foi criada em todo o País para receber os pacientes do Amazonas com covid-19.

No domingo (17) à noite, 15 amazonenses chegaram à capital paraibana em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). Depois, o Lauro Wanderley também acolheu em enfermaria outros dois amazonenses. Eles vieram a João Pessoa para ficar mais perto de parentes que haviam sido transferidos para o HULW, mas também tiveram o diagnóstico de SARS-CoV2 confirmado após realização de teste no centro de saúde. No momento, o quadro clínico dos pacientes que continuam em tratamento no hospital é estável: 11 estão em enfermaria e dois permanecem na Unidade de Terapia Intensiva-UTI (havia três pacientes na UTI, mas um melhorou e foi transferido para a enfermaria também nesta sexta-feira). A expectativa é que ocorram novas altas nos próximos dias.

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