Durante a sessão da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) desta quinta-feira (6), a vereadora Sandra Marrocos (PSB) repercutiu o Atlas da Violência 2019, levantamento produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre o número de homicídios no Brasil entre 2007 e 2017, divulgado na última quarta-feira (5). A parlamentar aprofundou-se sobre o número de homicídio de pessoas negras na Paraíba.
“A maioria das vítimas de homicídios em 2017 são negros e negras, oriundos do meio popular. Foram 1.227 vítimas de homicídios na Paraíba. As chances de um negro ser morto é 6,6% maior do que uma pessoa não negra. A juventude negra e pobre está sendo exterminada desse país. Se nós não acordarmos, na próxima geração chegaremos à barbárie”, declarou a parlamentar, salientando a necessidade de fomentação de políticas públicas voltadas para negros e negras.
Sandra Marrocos, que já esteve à frente da Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente Alice de Almeida (Fundac), afirmou que a redução da maioridade não é solução para combater a violência no país. “Tive a oportunidade de vivenciar o cotidiano dos adolescentes, homens e mulheres em situação de privação de liberdade. Não se pode dizer que eles são bandidos, o que falta é oportunidade. Mais de 80% desses jovens não deveriam estar privados de liberdade, eles são conquistados pelo narcotráfico. Apenas 5% estão lá por homicídios”, relatou.
Para a vereadora, o investimento em educação e cultura é fundamental para mudar esse contexto. “A maior ferramenta de combate ao narcotráfico e ao crime é o investimento em cultura e na escola em regime integral, com territorialidade. Não adianta colocar cerca elétrica nas casas, isso dá apenas uma ilusão de proteção, é preciso dar oportunidades. A proteção é conseguida gerando espaços de convivência e convergência nas praças, otimizando as culturas locais, otimizando a juventude com cultura”, enfatizou.
LGBTfobia
A parlamentar ainda comemorou a aprovação do projeto de lei que torna crime a LGBTfobia, a intolerância contra homossexuais, pela a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (5). Para Sandra Marrocos, isso demonstra a sintonia daquela Casa Legislativa com o Supremo Tribunal Federal (STF), que está em processo de julgamento, já com maioria, para que a violência e a discriminação contra pessoas LGBTs seja equiparada ao crime de racismo.