Vereadores derrotam fragorosamente voto de solidariedade a Roberto Jefferson proposto por Elisa Virgínia

A apresentação de um voto de solidariedade ao presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que foi preso recentemente após divulgar vídeos com ameaças ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, à realização das Eleições 2022 e ataques à democracia, proposto pela vice-presidente da Câmara Municipal de João Pessoa, Eliza Virginia (Progressistas), nesta terça-feira (17), foi objeto de polêmica entre os vereadores que rejeitaram a iniciativa sob a alegação que o tema não tem qualquer relevância com os interesses da população.

O vereador Tarcísio Jardim, do Patriota, em contato com a imprensa, disse que o ex-deputado é um “bandido que participou do maior esquema de corrupção de toda a história do Brasil”, numa alusão ao rumoroso escândalo do mensalão ao qual Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, foi condenado e preso por falcatruas nos Correios e Telégrafos.

Elisa Virgínia tentou dissuadir os vereadores, apesar dos pesares, argumentando que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria extrapolado os limites da Constituição ao abrir procedimento, investigar e mandar prender sem autonomia. Segundo ela, os próximos a terem a sua liberdade de opinião censurada será a própria imprensa.

“Isso é uma derrota a nossa democracia. Por que Roberto Jefferson está preso? Qual o crime que ele cometeu? Será que foi por opinião? E existe isso agora no ordenamento jurídico do Brasil? Que eu saiba ainda não. Nossa palavra é absoluta. Eu posso não concordar com o que você disser, mas defendo até morrer o direito de você dizer. Nisso um preso, outro é preso e os que defendem ficam tranquilos, mas vai chegar um momento, inclusive jornalistas, vão ser presos por sua opinião”, disse.

O vereador Marcos Henriques (PT), que votou contra o voto de solidariedade, afirmou que Eliza presta desserviço aos pessoenses ao trazer em pauta uma matéria de intolerância que não cabe em um regime democrático. Ele citou ainda que a atenção da Casa deve ser voltada para pautas de políticas sociais, discussão sobre saídas da crise financeira.

“Com tanta coisa importante para gente discutir na cidade de João Pessoa se traz um voto de solidariedade a uma pessoa que está pregando o ódio no nosso país e alimenta a raiva contra os Poderes. É importante que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário sejam respeitados porque alternativa a isso é o golpe. Então se essas pessoas estão incitando o ódio, essas pessoas estão cometendo um crime, não é uma simples opinião”, afirmou Marcos Henriques.

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